Muitos temem os fantasmas da Guerra Fria. E não é para menos. O terror atômico que acompanhou a disputa entre as superpotências pela hegemonia mundial levou ao paroxismo de tornar uma guerra entre ambas impossível. Por razões óbvias. A recente ameaça do presidente russo, Vladimir Putin, de apontar mísseis para a Europa, caso os EUA não abortem o plano de construir um escudo antimíssil na Europa central, fez alguns analistas evocar os tempos da União Soviética. É exagero, certamente. Analisar os fatos recentes da política internacional com as lentes do período bipolar é incorrer em anacronismo. A geometria do poder mundial foi profundamente alterada ao longo dos últimos 15 anos. E a Rússia de hoje não possui a mesma projeção da falecida URSS.
Além disso, a política externa russa ainda não está claramente definida. Desde o fim da Guerra Fria, é ambígua e depende da tensão permanente no interior do Kremlin entre "ocidentalistas" e "eurasianistas". Além das visões de mundo presentes nos órgãos do Estado, há condicionalidades geopolíticas que explicam a atuação externa da Rússia atualmente. E Putin está plenamente consciente delas. No plano econômico, atenção deve ser prestada à geopolítica do petróleo na Ásia Central, acirrada pela demanda energética crescente da China, da Índia, do Japão, da UE e, é claro, dos EUA. No plano estratégico-militar, a presença de bases militares no Leste Europeu, particularmente na Polônia e na República Checa, é motivo de preocupação para as forças armadas russas e tende a colocar em questão os tratados firmados entre OTAN e Rússia. Há, em resumo, razões ideológicas, econômicas e estratégico-militares que informam a orientação da política externa de Putin.
Artigo publicado ontem na Folha de S. Paulo menciona quais são as "forças profundas" que estão por trás da política externa atual do governo Putin. O articulista enumera três fatores essenciais que orientam a postura do Kremlin em face do Ocidente: o fator estratégico no leste europeu; o ressentimento russo com relação à guerra de Kosovo, em 1998; a reclamação por maior participação nos assuntos internacionais; e questões de ordem doméstica.
Além disso, a política externa russa ainda não está claramente definida. Desde o fim da Guerra Fria, é ambígua e depende da tensão permanente no interior do Kremlin entre "ocidentalistas" e "eurasianistas". Além das visões de mundo presentes nos órgãos do Estado, há condicionalidades geopolíticas que explicam a atuação externa da Rússia atualmente. E Putin está plenamente consciente delas. No plano econômico, atenção deve ser prestada à geopolítica do petróleo na Ásia Central, acirrada pela demanda energética crescente da China, da Índia, do Japão, da UE e, é claro, dos EUA. No plano estratégico-militar, a presença de bases militares no Leste Europeu, particularmente na Polônia e na República Checa, é motivo de preocupação para as forças armadas russas e tende a colocar em questão os tratados firmados entre OTAN e Rússia. Há, em resumo, razões ideológicas, econômicas e estratégico-militares que informam a orientação da política externa de Putin.
Artigo publicado ontem na Folha de S. Paulo menciona quais são as "forças profundas" que estão por trás da política externa atual do governo Putin. O articulista enumera três fatores essenciais que orientam a postura do Kremlin em face do Ocidente: o fator estratégico no leste europeu; o ressentimento russo com relação à guerra de Kosovo, em 1998; a reclamação por maior participação nos assuntos internacionais; e questões de ordem doméstica.
Um comentário:
Grande subcomandante Marcos,
Parabéns pela iniciativa! Lerei seu blog com atenção.
Abraços
Calixtre
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