segunda-feira, 11 de junho de 2007

Uma nova "paz armada"?

Carta Capital desta semana traz artigo de Antonio Luiz M. C. Costa sobre as tensões internacionais causadas por questões candentes, tais como: o aquecimento global; os riscos de tráfico nuclear e terrorismo (particularmente agravados pelas ambições nucleares de Irã e Coréia do Norte); o problema estratégico no leste europeu envolvendo a Rússia e os EUA; o unilateralismo da política externa de George W. Bush; e a crescente demanda mundial por recursos energéticos (o que configura nova geopolítica mundial do petróleo). De fato, a resolução destas questões exige a conformação de uma governança global efetiva capaz de garantir a acomodação de interesses nem sempre coincidentes.
O articulista encerra o artigo em tom realista/pessimista, evocando o contexto da "paz armada" que precedeu as grandes guerras do século XX:
"O mundo nunca precisou tanto de alguma espécie de governança global – e o G-8 nunca esteve tão distante do consenso necessário para formular uma proposta, quanto mais para torná-la aceitável aos novos poderes emergentes. Os EUA, a Rússia, a Europa e os novos países industrializados formam blocos de interesses aparentemente inconciliáveis: um busca hegemonia absoluta em todos os aspectos, o segundo tenta controlar a oferta da energia, o terceiro insiste em um status quo que já não consegue defender e o quarto em conquistar seu lugar ao sol. É uma receita não só para ressuscitar a Guerra Fria como para aquecê-la de maneira tão perigosa quanto ocorreu com a “paz armada” que antecedeu as guerras mundiais".

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